prevendo desastres

Os animais podem prever desastres, pois têm mais sensibilidade auditiva e de percepção de pressão. No caso de um terremoto ou de um maremoto, por exemplo, os animais conseguem sentir a pressão diferente do habitual, e são capazes de captar os sinais eletromagnéticos que as rochas produzem ao se romperem. Outro fator que deixa os animais à frente dos seres humanos na previsão de desastres é sua audição. Os seres humanos captam ondas sonoras entre 1 mil e 4 mil ciclos por segundo (cps). Os homens não são capazes de escutar nada acima de 20 mil CPS. Cães e gatos, no entanto, são capazes de ouvir até 60 mil CPS, enquanto ratos, golfinhos e baleias chegam a 100 mil.
Fonte: http://guiadoscuriosos.ig.com.br/

o curupira


o curupira

tem os pés de viés:
anda para frente
olhando para trás

vigia a mata
preserva a caça
caminha sobre metáforas
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

caracol


ao sol se torna
brilhante
o rastro de gosma (a pista)
ao qual
lento
arfante
desliza o caracol
ao caminhar
denunciando a fuga
esperando o encontro

(des)inventar o mundo


o suco das figueiras
se desfaz em engodo
:
o visgo (o logro)
obstando
o vôo

(o dia perpassa a sombra...)



que ares mover-se
quando o dia inventa o breu
e o vento não impulsiona as asas?

(a sombra perpassa o dia...)

gaiolas recheadas de penas
enfeitam paredes/tapumes
: anti-acústica dos pios
na angústia do canto



que tempo inventar
quando o mundo se move
na contramão do encanto?

que encanto criar
quando o tempo se queda
num mundo desinventado?


(sombra perpassa... sombra)



não basta arrebatar

das figueiras: a seiva


das gaiolas: as grades


das mãos: os dedos



é preciso recriar

a flor da paisagem
a cor da liberdade
o amor em nova mensagem



e enclausurar

o covarde.

bico-de-agulha

de manhã bem cedinho
o bico-de-agulha*
cerzi o ninho

(é época de reprodução)

costura com lisura
com ciência e devoção

(sapiência ou instinto de preservação?)

(*)bico-de-agulha - (Galbula ruficauda (Cuvier, 1816))
Cor verde brilhante, com garganta branca nos machos e castanho-clara nas fêmeas. Mede aproximadamente 22 cm. Habita florestas, mas pode ocorrer também na beira de rios e brejos.

o ser & o não ser

somos o que não somos
o que não queríamos perdido:
o barro & a costela
a maçã & o éden
o sonho decantado & a realidade purificada
o passado que não invalida & o presente contínuo
a saudade eterna do minuto
& o minuto que se perdeu na soma do tempo
o mutante do século final
o cavaleiro andante
o poliglota da paz mundial
o amigo que não pode faltar
o perfeito espírito em galope nos campos do ilimitado.